sexta-feira, 16 de outubro de 2009

"A entrevista do Jabuti"


Ao ver a chegada de um jabuti ao destino marcado em tempo recorde, os assistentes perguntaram qual era a sua técnica, o seu segredo.
O jabuti respondeu calmamente que suas passadas eram lentas, mas constantes. Eu não fico parando a todo momento, disse: Quem pára a cada minuto perderá muitas horas no final das contas.
Em segundo lugar, contou ele: eu não corro. A correria é atitude de desesperado. No desespero, algo pode sair errado. Como já disse: eu vou passo-a-passo, mas sempre para frente.
Minha terceira força é que eu não fico olhando para trás. Quem olha para trás quer voltar. Uma simples olhada para trás ou para os lados pode me fazer errar o alvo, o caminho.
A quarta morcha é que eu caminho em silêncio. Não perco tempo conversando. Não toco "trombeta". A jornada é longa, não posso me dar ao luxo de conversas vazias e assuntos desnecessários.
Finalmente, disse o jabuti à  sua platéia de entrevistadores: eu não sou turista. Não me distraio da rota para tirar fotografias aqui e acolá. Se estiver em atividades, não posso ficar empatado comprando bugigangas. Se eu estou numa empreitada com um objetivo em mente, nada pode desviar a minha atenção. Se não eu me perco ou me atraso.

Mas jabuti, você não descansa nunca? Perguntaram.

Sim, eu descanso um dia por semana, mas o meu verdadeiro descanso é no final da viagem.

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