O passaro, gorjeava com maestria e inspiração no galho da árvore. Tirava notas graves e agudas. Sem jamais desafinar, ia vivendo feliz e levendo uma mensagem de alegria aos seus ouvintes, racionais ou não.
De tanto ouvir os pais, ele aprendeu. Desde pequeno, aula foi constantemente assitida. O exemplo dos pais foi seguido à risca. Fora transmitido para sua personalidade interior. Ele não teria como viver diferente.
Ele não nasceu sabendo gorjear. Aprendeu. O seu método foi o da repetição. Tímida inicialmente, mas sem desanimar, lá está o filhote tentando imitar o que ouvia. Repetia, repetia. Agora é doutor no assunto. Canta bem, e com a maior naturalidade. Mesmo assim, ensaiava o tempo todo.
A melodia é o maior trunfo de sua vida. Sem ela, ele morreria. O gorjeio é o seu tudo. Então, na vastidão da floresta, livre ele canta. Às vezes, canta aprisionado num pequeno compartimento de arame - é triste para ele ficar confinado ali, não foi criado para isso -, mas continua cantando.
Pois bem. A aula de canto começou na infancia. Os pais não brigavam, cantavam.
A pedagogia da repetição jamais dese ser desprezada ou esquecida. A repetição dedicada e responsável é o mais eficaz para aprender e dominar uma arte, seja ela qual for.
O pássaro não tenta desenvolver tarefas diferentes. Ele não tem vocações variadas. Uma é a sua vocação: Cantar!
Quem tem vocação definida e a ela se dedica deixará marcas exemplares e enriquecedoras de vidas.
O bom exemplo não força imitadores, mas que influencia, influencia.
Se um pássaro sem pauta musical não desafina nem perde o rutmo, o ser humano poderia lograr bem mais êxito com tantas pautas na mão. È só seguí-las.
(trecho do livro O poder das atitudes)
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